''Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama. Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos. Quero a sua mão no meu cabelo. Quero deitar no sofá. E que, sem mais nem menos, você me jogue sobre a bagunça da minha cama, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu talvez possa não estar lá. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija a testa. Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua. Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Que você nunca mais deixe de pensar em mim quando ouvir alguma música que te faça bem. E, por fim, que você continue assim lindo. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando.''
Karoline C.
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