quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Minha guerreira


Desde pequena aprendi a conviver com algo que para muitas pessoas não é nem um pouco comum. Algo que vai alem da normalidade das famílias tradicionais. Minha família é tradicional de uma certa forma, com um toque todo especial de loucura, claro!
O que a torna um tanto quanto “incomum” é eu ter no quarto ao lado o maior exemplo de superação e força que se pode ter em toda uma vida: minha mãe! Aos 25 anos ela sofreu um acidente gravíssimo de carro e eu estava presente, tinha apenas um ano. Não lembro de nada, não sei como aconteceu. O que sei é que a partir de então, aquela mãe, irmã, filha, esposa, normal como qualquer outra passou a ser a guerreira das minhas historias em quadrinho. A guerreira da minha vida!
Ela era jovem, linda, com um bebê pra cuidar, e o destino prega-lhe uma peça dessas. Ela perdeu os movimentos das pernas. Fez fisioterapia, tratamentos diversos em outras cidades. Ela se fez forte, chorava apenas no banho pra que as pessoas que estavam a sua volta não precisarem ficar ainda mais tristes com todas aquelas conturbações que estavam acontecendo na vida da minha família (minha avó materna faleceu de câncer nos pulmões dois meses depois do acidente da minha mãe). Mas ela não deixou de sorrir, não deixou de criar sua filha, de cuidar da casa, do marido, de ajudar os irmãos, não deixou de viver. Ela queria viver, e agradecia a todo o momento por Deus não ter a levado naquele acidente. Ela ensinou a todos nós o quanto a vida pode levar de nós, mas pode também nos fazer aprender com cada uma das coisas que perdemos pelo caminho. Ela foi, é e sempre vai ser o nosso exemplo.
Aprendi com ela que o que acontece acontece sempre com um propósito, e era pra ter acontecido mesmo com a minha mãe. E não falo isso por mal, muito pelo contrario, me orgulho da mãe que tenho, da família que tenho! Se não fossem por eles, por ela em especial, talvez eu não veria as coisas da forma que vejo.


E à minha guerreira só tenho a dizer que a admiro em tudo, tudo mesmo. Admiro como mãe, como filha, como mulher, companheira, irmã, tia.. de todas as formas possíveis. Admiro quando ela olha pra Mell e fala com ela como se fosse a sua filha caçula, ou quando grita estéricamente e depois ri de si mesma por admitir o quão louca é. A admiro no dom que possui de amar sem medidas, de perdoar, de se dedicar aos outros em primeiro lugar e ser sempre segundo plano, o que a faz ser única e necessária nas nossas vidas.
É meu exemplo de determinação, de mulher, de mãe, de pessoa, de ser humano. Sou muito sua fã. E a amo com todas as minhas forças, maior que o céu.
Agradeço por ser minha, apesar de eu ser assim, uma filha não tão boazinha, mimada, birrenta e muito chata!

3 comentários:

Ana Victória disse...

Não tenho nem palavras pra descrever o que senti lendo isso. Só digo que tambem a admiro, muito. você é linda amiga!

Cacá disse...

Caaaaara, que texto mais lindo do mundo!
A sua mãe é um exemplo pra todas nós amiga. A mãe mais presente e amiga de todas. Amo vocês!!

Nanny Micheletto disse...

LINDO!

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